7.8.07

ÓPERAS E MUSICAIS

TOMMY - THE WHO
Tommy (1969) é uma das duas óperas rock em larga escala do The Who, o primeiro trabalho musical explicitamente chamado desta maneira. A ópera foi composta pelo guitarrista do Who Pete Townshend, com dua faixas do baixista John Entwistle e uma creditada ao baterista Keith Moon, na verdade composta por Townshend. Uma canção antiga de blues do músico Sonny Boy Williamson também foi incorporada à obra. Em 2003 o canal de TV VH1 nomeou Tommy o 90# “Melhor Álbum de Todos os Tempos”.


Tommy é a biografia fictícia de Tommy Walker. O pai de Tommy foi considerado perdido em batalha durante a Primeira Guerra Mundial, mas retorna inesperadamente em 1921 e mata o amante de sua esposa enquanto Tommy, então com sete anos de idade, presencia tudo através de um espelho. Seus pais o forçam a acreditar que ele não viu, ouviu e não irá falar nada a ninguém, e Tommy se torna surdo, cego e mudo como consequência. Ele tem uma visão de um estranho vestido de dourado, com uma longa barba, provavelmente uma figura paternal, e a visão o leva a uma jornada espiritual. Durante o resto de sua infância ele sofre abusos por parte de vários familiares, interpretando suas sensações físicas como música. Adulto, ele encontra uma máquina de pinball, logo tornando-se mestre no jogo, com um séquito de fãs. Tommy finalmente é curado quando um médico o coloca na frente de um espelho e sua mãe, melindrada por perceber que ele enxerga o próprio reflexo, estilhaça o objeto. Posteriormente Tommy assume o manto de Messias e tenta levar seus seguidores à “luz”, como aconteceu com ele, mas a mão pesada de seu culto e a exploração por parte de seus parentes provoca uma revolta contra ele. A história termina ambigüamente, com o refrão Listening To You de “Go To The Mirror”, sugerindo que Tommy fechou-se novamente ao mundo depois da rebelião, voltando às suas fantasias.
Na sua versão original lançada no álbum, a história não passa de um esboço, com detalhes frequentemente preenchidos por Townshend em entrevistas. Quando outras adaptações do álbum começaram a surgir, alguns detalhes eram acrescentados e outros alterados (por exemplo o avanço para a época da
Segunda Guerra Mundial e 1951 em versões posteriores e na do filme, com o amante matando o pai ao invés do oposto).

Musicalmente o álbum original é uma série complexa de arranjos pop-rock, geralmente baseados no violão de Townshend e construído com inúmeras adições pelos quatro integrantes da banda usando vários instrumentos, como baixo, guitarra, piano, órgão, bateria, gongo, trompete, harmonias e solos vocais. Apesar de sua riqueza instrumental, o som tende a ser bastante “duro”, especialmente se comparado aos trabalhos anteriores do grupo. Muitos dos instrumentos só aparecem de vez em quando – a instrumental de dez minutos “Underture” apresenta só um pequeno trecho de trompete – e quando regravados por cima dos outros muitos instrumentos foram mixados em níveis mais baixos, que requerem uma atenção cuidadosa para se perceber. Townshend mistura sua técnica no violão com seus acordes poderosos e cheios na guitarra, em momentos mais delicados soando quase como uma harpa. A bateria de Moon é controlada, com alguns momentos dramáticos; o baixo de Entwistle providencia suporte e efetivamente toma a liderança dos instrumentos vários vezes. Daltrey jacta-se no papel de vocalista principal, mas divide a função com os outros em um número surpreendente de faixas. O interesse posterior de Townshend pelo sintetizador pode ser antecipado aqui pelo seu uso de fitas tocadas ao contrário para criar efeitos sonoros em “Amazing Journey”.
As faixas “Pinball Wizard”, “I’m Free” e “See Me Feel Me/Listening To You” foram lançadas como compactos, ganhando um espaço considerável nas rádios. “Pinball Wizard” alcançou o Top 20 nos E.U.A e o Top 5 no Reino Unido. Em
1998, "Tommy" seria incluído no Hall da Fama do Grammy.
O tema do abuso infantil, que aparece tão proeminentemente durante a história, causou bastante polêmica quando o álbum foi lançado. Embora haja afirmações de que a idéia tenha sido tirada do álbum conceitual "S.F. Sorrow", lançado pelo
The Pretty Things em 1968, diversos precedentes de "Tommy" já podiam ser encontrados no próprio trabalho de Townshend, como em “Glow Girl” (1968), “Rael” (1967) e “A Quick One While He’s Away” (1966).
Um ano antes do álbum ser lançado Pete Townshend explicou suas idéias e aparentemente criou algumas sobre a estrutura da ópera durante uma famosa entrevista para a revista
Rolling Stone. John Entwistle diria tempos depois que na verdade nunca parou para ouvir o disco, tão enjoado ficou do trabalho depois de intermináveis gravações e regravações das músicas.

Tommy foi lançado originalmente como um LP duplo, com um encarte com as letras das músicas e ilustrações e uma espécie de capa tripla que se desdobrava. Todos os três painéis foram tirados de uma única pintura Pop Art feita por Mike McInnerney. O desenho é uma esfera com buracos no formato de losango, com um fundo formado por nuvens e gaivotas voando. No outro lado uma mão estrelada parece rasgar o papel enquanto aponta com o dedo. Os executivos da gravadora insistiram para que uma foto da banda fosse incluída na capa, então algumas pequenas imagens, quase irreconhecíveis, dos quatro integrantes foram colocadas nos buracos da esfera. O CD remasterizado lançado recentemente traz a arte original de McInnerney, sem os rostos do The Who. As ilustrações internas consistem de algumas fotos de malabaristas/mágicos e algumas pinturas simples que meramente ilustram a história.
A
MCA Records relançou o álbum como um CD duplo em 1984, com cópias em miniatura da arte original e a capa tripla reduzida para dois painéis. A versão remasterizada só sairia em 1996, em CD simples, com o encarte completo trazendo ainda uma introdução escrita por Richard Barnes.


"Tommy" ressurgiria posteriormente através de outras mídias. Em 1972 a Orquestra Sinfônica de Londres lançou sua versão do álbum, com o papel de cada personagem cantado por integrantes do Who e outros astros pop da época, como Steve Winwood, Rod Stewart e Ringo Starr. Pete Townshend também toca um pouco de guitarra, mas no geral a música é inteiramente orquestral.
Em
1975 o cineasta Ken Russel lançou sua versão, no mínimo corajosa, da história de Tommy. Trazia o The Who e um elenco eclético, que incluía entre outros Elton John, Tina Turner,Oliver Reed e Jack Nicholson; o filme ganhou um status de “cult” por suas cenas retratando o músico Arthur Brown como um pastor no culto de Tommy, a atriz Ann-Margret afundando em uma sala cheia de feijão e a brilhante sátira à música pop apresentada na sequência de “Sally Simpson”.
Em
1993 Townshend e o diretor Des MacAnuff escreveram e produziram uma versão em musical da Broadway de "Tommy". Apresentando várias músicas inéditas de Townshend e um elenco estelar, a produção ganhou um Tony Award no mesmo ano, e várias edições posteriores inspiradas neste musical alcançaram grande sucesso de público.

Notas
O álbum "Snow", lançado em
2002 pela banda Spock’s Beard, traz uma história e temas bastante similares à "Tommy".
Em
abril de 2004 a revista Uncut produziu uma coletânea chamada "The Roots Of Tommy" ("As Raízes de Tommy"), apresentando as diversas canções que inspiraram o álbum.
O
Hall da Fama do Rock and Roll exibe durante 2005 e 2006 uma exposição sobre o álbum chamada “TOMMY: The Amazing Journey”.
A versão original de Tommy foi dedicada a
Meher Baba.

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A NOVIÇA REBELDE (THE SOUND OF MUSIC)

No final da década de 1930, quando o nazismo estava prestes a se instaurar na Áustria e se estava a preparar o Anschluss, a noviça Maria que vive num convento de Salzburgo mas não consegue seguir as rígidas normas de conduta das religiosas, vai trabalhar como governanta na casa do capitão Von Trapp, que tem sete filhos, é viúvo e os educa com rigor militar. A chegada da noviça modifica drásticamente a vida da família von Trapp, ao trazer alegria e conquistar o carinho e o respeito das crianças. Mas ela termina se apaixonando pelo capitão, que está comprometido com uma rica baronesa de Viena.

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ELENCO

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Julie Andrews .... Maria
Christopher Plummer .... capitão Georg von Trapp
Richard Haydn .... Max Detweiler
Peggy Wood .... madre abadessa
Anna Lee .... irmã Margaretta
Portia Nelson .... irmã Berthe
Ben Wright .... Herr Zeller
Daniel Truhitte .... Rolfe
Norma Varden .... Frau Schmidt
Marni Nixon .... irmã Sophia
Gilchrist Stuart .... Franz
Evadne Baker .... irmã Bernice
Doris Lloyd .... Baronesa Eberfeld
Charmian Carr .... Liesl von Trapp
Nicholas Hammond .... Friedrich von Trapp
Heather Menzies .... Louisa von Trapp
Duane Chase .... Kurt von Trapp
Angela Cartwright .... Brigitta von Trapp
Debbie Turner .... Marta von Trapp
Kym Karath .... Gretl von Trapp
Eleanor Parker .... Baronesa Elsa Schraeder

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Principais prêmios e indicações

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Oscar 1966 (EUA)
Vencedor nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Montagem, Melhor Som e Melhor Trilha Sonora.
Indicado também nas categorias de Melhor Atriz (Julie Andrews), Melhor Atriz Coadjuvante (Peggy Wood), Melhor Fotografia, Melhor Direção de Arte e Melhor Figurino.
Globo de Ouro 1966 (EUA)
Vencedor nas categorias de Melhor Filme - Comédia / Musical e Melhor Atriz em Comédia / Musical (Julie Andrews).
Indicado nas categorias de Melhor Diretor e Melhor Atriz Coadjuvante (Peggy Wood).
Prêmio Eddie 1966 (EUA)
Vencedor na categoria de Melhor Montagem.
BAFTA 1966 (Reino Unido)
Indicado na categoria de Melhor Atriz Britânica (Julie Andrews).

Curiosidades

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A noviça rebelde seria inicialmente dirigido por
William Wyler, que terminou sendo descartado por ter uma visão diferente da dos produtores para o filme.
O diretor Robert Wise chegou a cogitar o nome de
Yul Brynner para interpretar o capitão Von Trapp.
O primeiro número musical de A Noviça rebelde, "The Sound of Music", foi exatamente o último a ser rodado pelo elenco enquanto estava na
Europa. As filmagens desta cena ocorreram em junho e julho de 1964.
A frente e os fundos da fazenda do capitão Von Trapp foram filmadas em dois locais diferentes em
Salzburg, na Áustria.
Muita gente acredita que a famosa música do filme "Edelweiss" seria uma tradicional canção austríaca; na verdade a canção foi escrita para o musical e é muito pouco conhecida na Áustria.
A canção Wind It Up, da cantora
Gwen Stefani, é um remix de um dos musicais de "A Noviça Rebelde", e seu videoclipe é inspirado no filme, que a cantora considera seu favorito.




PORGY AND BESS
A ópera “Porgy and Bess” foi escrita em 1934 com co-autoria de Ira Gershwin, baseada no conto “Porgy”, de DuBose Heyward, também seu libretista. Ela estreou em 1935 em Nova Iorque, e conta a história do aleijado Porgy que faz de tudo para conseguir ficar com sua amada Bess. Ela, apesar de também querer ficar ao seu lado, precisa se desvencilhar de seu amante opressor, Crown, e dos cortejos do traficante Sportin’ Life. Todos os personagens são negros, com exceção de quatro papéis interpretados por brancos que não são cantados, apenas falados.

Essa obra foi considerada racista por muitos artistas e lideranças afro-americanos, por ter firmado estereótipos, como o de que para os negros era normal usar drogas e resolver seus problemas através de brigas. Mas também é preciso levar em conta a época em que ela foi escrita – quando os negros nem podiam se sentar perto dos brancos nos ônibus norte-americanos – além do aparente fascínio que Gershwin tinha por aquela realidade “exótica” e romantizada – pelo menos para ele. De qualquer maneira, atualmente essa obra é mais bem aceita, e é inegável que ela alavancou a carreira de muitos cantores negros nos EUA.




SINGIN' IN THE RAIN
Singin' in the Rain (Cantando na Chuva no Brasil) é um filme americano estrelado por Gene Kelly. O filme, e especialmente a sequência de Kelly cantando (e dançando) na chuva, são amplamente conhecidos. Singin' in the Rain foi homenageado, por exemplo, por Stanley Kubrick em A Clockwork Orange (Laranja Mecânica no Brasil).

Don Lockwood (Gene Kelly) e Lina Lamont (Jean Hagen) são dois dos astros mais famosos da época do cinema mudo em Hollywood. Seus filmes são um verdadeiro sucesso de público e as revistas inclusive apostam num relacionamento mais íntimo entre os dois, o que não existe na realidade. Mas uma novidade no mundo do cinema chega para mudar totalmente a situação de ambos no mundo da fama: o cinema falado, que logo se torna a nova moda entre os espectadores. Decidido a produzir um filme falado com o casal mais famoso do momento, Don e Lina precisam entretanto superar as dificuldades do novo método de se fazer cinema, para conseguir manter a fama conquistada.

Direção Stanley Donen
Gene Kelly
Elenco Gene Kelly
Donald O'Connor
Debbie Reynolds
Jean Hagen
Roteiro/Guião Betty Comden
Adolph Green

Na cena em que Gene Kelly dança na chuva, na verdade é utilizada uma mistura de água com leite.
Antes da gravação desta cena, Kelly estava ardendo em febre, mas resolveu ir adiante depois de fazer uma sessão de acupuntura (o que teria supostamente resolvido o problema).




WEST SIDE STORY


À semelhança do que acontece na peça Romeu e Julieta de Shakespeare, o filme apresenta Tony, antigo líder da gangue de brancos anglo-saxônicos chamados de Jets, apaixonado por María, irmã do líder da gangue rival, os Sharks, formada por imigrantes porto-riquenhos. O amor do casal protagonista floresce entre o ódio e a briga das duas gangues e seus códigos de honras, tal qual a desavença histórica entre os Capuletto e os Montechio mostrada em Romeu e Julieta.

ELENCO
Natalie Wood .... María
Richard Beymer (Tony
Russ Tamblyn .... Riff
Rita Moreno .... Anita
George Chakiris .... Bernardo
Simon Oakland .... tenente Schrank
Ned Glass .... médico
William Bramley .... oficial Krupke
Tucker Smith .... Ice
Tony Mordente .... Action
David Winters .... A-Rab
Eliot Feld .... Baby John
Carole D'Andrea .... Velma
Jay Norman .... Pepe
Tommy Abbott .... Gee-Tar

O filme foi adaptado por Ernest Lehman de uma bem-sucedida peça da Broadway, estreada em 1957, da autoria de Arthur Laurents e encenada por Jerome Robbins, que foi também o autor da ideia.
Tanto a peça teatral, assim como o filme, são uma adaptação livre, ambientada na década de 1950, de Romeu e Julieta, de William Shakespeare.
O título original faz referência ao cenário no qual a história se desenvolve: as brigas entre gangues de rua na Zona Oeste (o West side) de Manhattan, em Nova Iorque.
A versão cinematográfica da peça teatral foi dirigida por Jerome Robbins (também seu coreógrafo), co-dirigida e produzida por Robert Wise e roteirizada por Ernest Lehman, sendo bem recebida pela crítica e pelo público em geral. Recentemente foi restaurada e lançada em DVD.
Durante as filmagens, os produtores procuravam criar uma certa antipatia entre os atores que representavam as gangues rivais, dando ao elenco dos Jets roteiros limpos e organizados e camarins perto das locações, enquanto o elenco dos Sharks ganhava roteiros bagunçados e rasgados e camarins afastados.
Os direitos de adaptação custaram 375 mil dólares aos produtores e o orçamento de Amor, Sublime Amor foi de seis milhões de dólares.
Quase todos os atores do elenco que atuou na peça teatral da Broadway foram recusados pelos produtores por serem velhos demais para um filme em que os personagens são adolescentes, de forma que apenas seis deles foram escalados: Carole d'Andrea, Tony Mordente, William Bramely, Jay Norman, David Winters e Tommy Abbott.
Originalmente os produtores queriam que Elvis Presley interpretasse Tony e Audrey Hepburn María, mas ela teve que desistir da personagem por estar grávida na época das filmagens.

PRÊMIOS E INDICAÇÕES

Oscar 1962 (EUA)
Venceu dez prêmios, nas categorias Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator Coadjuvante (George Chakiris), Melhor Atriz Coadjuvante (Rita Moreno), Melhor Direção de Arte, Melhor Fotografia - Colorida, Melhor Figurino - Colorido, Melhor Edição, Melhor Som e Melhor Trilha Sonora.
Indicado também na categoria de Melhor Roteiro Adaptado.

Globo de Ouro 1962 (EUA)
Venceu nas categorias de Melhor Filme - Musical, Melhor Ator Coadjuvante (George Chakiris) e Melhor Atriz Coadjuvante (Rita Moreno).

Grammy 1962 (EUA)
Venceu na categoria de Melhor Álbum de Trilha Sonora de Cinema ou Televisão.

BAFTA 1963 (Reino Unido)
Indicado na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.